A busca por inteligência extraterrestre não é apenas rastrear sinais e analisar observações, mas também construir hipóteses plausíveis das quais depende de onde e do que estamos procurando. Por exemplo, cientistas do Taiwan tomaram como ponto de partida a ideia da Esfera de Dyson, uma estrutura hipotética que uma civilização altamente desenvolvida poderia ter erguido em torno de uma estrela, e analisaram a possibilidade da criação de algo semelhante em torno de um buraco negro.
A esfera, proposta por Freeman Dyson em 1960, oferece uma explicação de como civilizações avançadas podem atender às suas necessidades de energia para a exploração espacial. À medida que se desenvolve, a civilizações requerem cada vez mais energia e, como resultado, a única fonte realista que resta é o Sol. E para coletar o máximo possível dessa energia, você precisa construir uma esfera ao redor da estrela.
A esfera era originalmente para ser uma concha girando em torno do Sol. Posteriormente, um projeto mais plausível foi proposto – “Enxame de Dyson”, ou seja, um grupo de objetos localizados em órbita. Havia outras opções também.
De acordo com a quantidade de energia necessária, as civilizações podem ser divididas em vários tipos, propostos por Nikolai Kardashev em 1964. Segundo suas estimativas, para uma civilização que foi de planetária para estelar, ela precisa de 10 bilhões de vezes mais energia. É aqui que o Dyson Orb se torna útil. E apenas civilizações de um tipo estelar ou galáctico podem construí-lo. Para efeito de comparação: a humanidade nem mesmo é considerada uma civilização do Tipo I, planetário – antes de chegarmos lá, ainda temos de 100 a 300 anos.
Pesquisadores da Universidade Nacional de Tsinghua consideraram outras fontes de energia para a civilização Tipo II, diz a ZME Science. Uma opção é uma Esfera de Dyson invertida, onde a fonte de energia está localizada ao redor e não dentro. Nesse caso, as Microondas Cósmicas de Fundo (de sigla em inglês, CMB) seriam as melhores candidatas. Agora sua temperatura está próxima da mais baixa possível (2,73 K), mas no início dos tempos era muito mais alta.
O universo poderia se tornar habitável a uma temperatura de radiação residual de cerca de 300 K, e se uma civilização se originou nesta era, ela poderia usar este tipo de energia. No entanto, cálculos têm mostrado que mesmo no início do Universo, a energia CMB não é suficiente para sustentar uma civilização do tipo estelar.
Outra opção que os cientistas consideraram é a Radiação Hawking, que, ao contrário da relatividade geral, pode vazar de um buraco negro na forma de partículas quânticas. No entanto, se você colocar uma esfera de Dyson em torno de um buraco negro, a radiação de Hawking não é suficiente para gerar energia.
Outra coisa é um disco de acreção, que geralmente consiste em poeira e outro material difuso. Como resultado do atrito, a temperatura nele pode ser bastante alta e, se o buraco em si não for muito grande, uma civilização do Tipo II será capaz de construir uma Esfera de Dyson ao seu redor. Uma civilização Tipo III será capaz de dominar até mesmo um buraco negro de massa média.
Escolher a localização exata da esfera ao redor do buraco negro também não é uma tarefa fácil. Longe demais e a produtividade será reduzida. Muito perto e você precisa de materiais que possam suportar o calor de até 2700 graus Celsius. Você também precisa calcular o número de objetos necessários para coletar energia e muito mais.
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