Operação Clipe De Papel: Quando Os EUA Trouxeram Cientistas Nazistas Para A América

IMAGEM:AMINO APPS

Há mais de setenta anos, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, as agências de inteligência aliadas lançaram uma caça ao tesouro planejada para invenções militares e científicas alemãs, incluindo foguetes e tecnologia de motores a jato.

Ambos os lados da guerra fria que se aproximava se beneficiaram muito ao revirar as ruínas da máquina de guerra de Adolf Hitler, mas a Joint Intelligence Objectives Agency (JIOA) do Departamento de Guerra dos Estados Unidos obteve um triunfo particular com uma operação secreta conhecida como Projeto Paperclip, autorizada pelo presidente Harry Truman em setembro de 1945.

Seu objetivo era simples: “Explorar os cientistas alemães para a pesquisa americana e negar esses recursos intelectuais à União Soviética”.

A gama de realizações técnicas da Alemanha espantou os especialistas em inteligência científica aliada que acompanharam as forças invasoras em 1945, tais como: foguetes supersônicos, gás nervoso, aviões a jato, mísseis guiados, tecnologia furtiva e blindagem reforçada foram apenas algumas das tecnologias inovadoras desenvolvidas em laboratórios nazistas, workshops e fábricas.

Mesmo que o recrutamento de cientistas alemães pela JIOA tenha começado na Europa em 8 de maio de 1945 após a vitória dos Aliados, o presidente Harry Truman não ordenou formalmente a execução da Operação Paperclip até agosto de 1945.

A ordem original do presidente Truman proibia especificamente o recrutamento de qualquer pessoa que fosse considerada “membro do partido nazista e mais do que participante nominal em suas atividades, ou apoiador ativo do nazismo ou militarismo”.

Essas restrições teriam tornado inelegíveis a maioria dos principais cientistas que a JIOA identificou para recrutamento, entre eles os cientistas de foguetes Wernher von Braun, Kurt H. Debus e Arthur Rudolph, e o médico Hubertus Strughold, cada um classificado anteriormente como uma "ameaça à segurança das Forças Aliadas ”.

Samuel Klaus, o representante da JIOA do Departamento de Estado, reclamou que muitos dos cientistas alistados eram "nazistas fervorosos", mas o diretor da JIOA, Bosquet Wev, rejeitou o protesto, declarando que "os melhores interesses dos Estados Unidos foram subjugados aos esforços despendidos em ' batendo em um cavalo nazista morto. "

Além disso, advertiu Wev, o Soviete (Rússia) representava uma "ameaça à segurança muito maior para este país do que quaisquer antigas afiliações nazistas que eles possam ter ou mesmo quaisquer simpatias nazistas que ainda possam ter."

Os cientistas nazistas importados sob o Projeto Paperclip incluíram:

Arthur Rudolph , diretor da fábrica Mittelwerk no campo de concentração de Dora-Nordhausen, onde 20.000 trabalhadores escravos morreram. Nacional-socialista desde 1931, Rudolph foi descrito nos arquivos dos Aliados como "100% nazista, tipo perigoso, ameaça à segurança ... Sugere internamento".

A JIOA não encontrou “nada em seus registros indicando que ele era um criminoso de guerra ou um ardente nazista ou de outra forma questionável”. Rudolph tornou-se cidadão americano, projetou o foguete usado nos pousos na lua do Projeto Apollo - e fugiu para a Alemanha Ocidental em 1984, quando seu registro de crimes de guerra foi reaberto.

Werner von Braun , diretor técnico de Hitler no centro de pesquisa de foguetes Peenemunde de 1937 a 1945 e desenvolvedor do foguete mortal V-2. Mais tarde, ele trabalhou em mísseis guiados para o Exército dos Estados Unidos, atuou como diretor do Marshall Space Flight Center da NASA e se tornou uma celebridade nacional na década de 1960 como um dos especialistas do "Mundo do Amanhã" de Walt Disney. Na década de 1970, ele atuou como diretor associado da National Aeronautics and Space Administration (NASA).

Kurt Blome , outro cientista nazista que admitiu fazer experiências em prisioneiros de campos de concentração com bacilos da peste. Blome foi absolvido dos crimes de guerra em Nuremberg em 1947 (embora a maioria dos observadores tenha aceitado o fato de sua culpa). Dois meses depois dessa absolvição, Blome estava em Maryland, consultando os militares dos EUA sobre guerra biológica. O US Army Chemical Corps o contratou em 1951 para continuar o trabalho e a paixão de sua vida.

Walter Schreiber , um major-general nazista que, de acordo com o testemunho de Nuremberg, "designou médicos para fazer experimentos em prisioneiros de campos de concentração e disponibilizou fundos para esse tipo de experimento". Apenas a detenção de Schreiber na Rússia (1945-1948) o poupou de julgamento como criminoso de guerra.

Em seguida, ele apareceu na Escola de Medicina da Força Aérea em Randolph Field, Texas. O colunista Drew Pearson revelou os crimes de Schreiber em 1952, quando o governo dos Estados Unidos conseguiu uma passagem para que Schreiber se juntasse a sua filha na Argentina.

Hermann Becker-Freysing , condenado e sentenciado a 20 anos de prisão em Nuremberg por realizar experimentos com presidiários de Dachau, incluindo alimentação forçada com água do mar tratada quimicamente para torná-la "potável". Mesmo antes de seu julgamento, Becker-Freysing foi pago pela Força Aérea dos Estados Unidos para relatar seus experimentos sádicos.

Siegfried Ruff , um co-réu com Becker-Freysing no “Julgamento do Doutor” de Nuremberg, onde escapou por pouco da condenação sob a acusação de matar 80 detentos em uma câmara de baixa pressão projetada para simular altitudes acima de 60.000 pés. Como Becker-Freysing, Ruff foi procurado (e pago) pela Força Aérea dos Estados Unidos no interesse da "segurança nacional".

Reinhard Gehlen , embora não fosse um cientista, era um dos principais oficiais de inteligência do TERCEIRO REICH, vinculado à tortura e ao assassinato de inúmeras vítimas. A Central Intelligence Agency (CIA) o recrutou em 1950 para coordenar sua guerra secreta contra o comunismo na Europa.

Klaus Barbie , o “açougueiro de Lyon” nazista e outro valioso ativo da inteligência da CIA, cuja associação com o serviço de inteligência dos Estados Unidos o poupou de julgamento e execução por crimes de guerra.

Em 1955, mais de 760 cientistas alemães receberam a cidadania americana, seus dossiês foram “higienizados” para remover qualquer mancha de envolvimento ativo com o regime genocida de Hitler.

Uma denúncia de 1985 no Bulletin of Atomic Scientists revelou que a autora Linda Hunt havia garantido mais de 130 arquivos sobre os imigrantes do Projeto Paperclip e que ela descobriu que todos “foram alterados para eliminar a classificação de ameaça à segurança”.

Alguns defensores das teorias da conspiração afirmam que o saque científico da Alemanha no pós-guerra também incluiu segredos sobre OVNIs (tecnologia anti-gravidade), que permanecem classificados até hoje.

(Fonte)

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